sexta-feira, 22 de outubro de 2010

São Melodias com Cheiros

Deixei na areia a marca dos meus pés, não por esquecimento mas por gostar de sentir aquele solo frio a desfazer.se abaixo de mim.
Atrás estava o mar e à frente pessoas que fiz de conta não existirem, que mexiam os lábios mas que para mim permaneciam mudas. Não houve Sol que me deixasse ter medo e arrefecer, deu.me porém brilhos difusos, pontos dispersos de luz que senti reflectirem.se em mim, no cabelo que copiava as ondas do mar.
O céu não era limite, aliás não haviam limites naquela tela que eu pintei a duas cores, com promenores que mais ninguém conseguirá desenhar de novo.
Só preto e branco para igualar os filmes antigos em ecrãs mágicos gigantes, com músicas que nos dão logo a imagem. São melodias com cheiros do passado embrulhados no pó que cobre o baú dos sonhos.
Mergulhei na àgua gelada do mar só para aquecer o coração... Não resultou outra vez. Prometi nunca mais tentar, mas havia uma concha tão diferente no fundo do oceano, que não me importei de ir sem saber se voltava.
Já não gosto de conchas do mar, penso eu. Gosto da pérola porque está por dentro, só isso. Não volto lá nem que alguém me leve pela mão!
Voltei do mar e vi brilhantes... Eram só pedaços de estrelas que desta vez não quis trazer.
Deixei na areia a marca dos meus pés só para começar de novo.


18 Out. 2010

1 comentário:

André jesus disse...

Andas a desenhar cenários com as palavras. Imaginação.

jesus andré