quinta-feira, 28 de maio de 2009

A Cidade Perfeita

Perfeitos os sons,a melodia das palavras e dos gestos. Simples o brilho do olhar.
A Cidade feita para nós. Com aquela luz que deixava ver, até o que de mais sussurrado se escondia. Lugares vazios com ondas sonoras perspectivadas. Tu sorriste ali. E num beijo selaste todo o ímpeto da noite brilhante que estava, posta de frente onde éramos a sua plateia, única, como nós também somos. A cidade artista á espera de palmas, das nossas palmas.
Eu e tu os escolhidos para estarmos ali a vê.la brilhar. Nem a Lua interessava naquele espectáculo,em que duas pessoas também brilhavam ao ver a cidade num reflexo de luz, de sonho, de liberdade, de sorrisos, sobretudo de sorrisos. Dessa fascinação em que vences qualquer um.
Sono suspenso, não levitado com fios de nylon, não inerente à visão de todos, aos suspiros do mundo. Ali, a ilusão que a imagem te deu de perfeição era eu, que nas entrelinhas do rosto estava a coerência, não das palavras, mas dos sentidos. O pestanejar entre os bocejos e depois o desenhar estrelas no sorriso. O picotado da lembrança. O fraquejo dos olhos, o lapso da memória. Tudo turvo... Apenas sei, e gosto de saber, que ali tudo ficou bem.
Claves de sol já não estavam quebradas. Os medos virtuosos escritos em água deixaram de se poder ver.
E eu, que sorri em frente à cidade, sem medo que o meu sorriso anulasse o teu. Não muito longe do rio também existe beleza.
Tita*
26 de Maio