Não desenhei este mundo em papel para se desfazer na água nem ir com o vento. Desenhei.o, julgava eu, para rodar com o Sol. Não havia mais chocolate junto aos lápis de cor senão teria cascatas doces e nuvens de marshmelow.
Desenhei este mundo para mim e não tive tempo de o viver, deixei.me sempre ficar do lado de fora porque tinha que terminar as estrelas que se descolaram sem nunca brilharem, e a cadente que fiz a lápis de cera tinha defeito na forma. Foi um esboço que tornei real só porque era meu, só porque um dia escrevi que todos teríamos que ter um mundo nosso. E eu fui a primeira a falhar. Queria que todos os pormenores fizessem sentido, mas cascatas de chocolate também secam.
Todas as cores que haviam esmoreceram e por existir um gato perdido que arranhava tudo e todos, teria que deslindar todos os seus caprichos, escrever.lhe um poema, mostrar.lhe como é sentir e fazer com que não fosse perdido, com que fosse meu… Tão e apenas unicamente meu.
Já passaram muitos dias desde que cheguei. Pessoas passaram, deixaram a desilusão que tinham para mim e saíram. Não doeu. Não sinto.
Merecia talvez, que guardassem todas as frases que escrevo, se fosse egoísta de ser. Mas não. Sempre que digo as melhores frases está silêncio e ninguém pode ouvir o que está para além do silêncio.
Hoje foi o primeiro dia do meu amanhã e não me lembro de como acabou.
Desci um degrau em falso, pisei um outro chão que não este. Afinal doeu, eu é que não quis sentir.
Há coisas que também morrem ciberneticamente, é inteligente e difícil saber quando temos que parar.
Foi boa a viagem. Lembrem.se, valeu a pena todo este devaneio.
O meu blog termina aqui, ficarei da outra margem a ver estas mesmas palavras passarem por mim. Obrigada aos que consegui chegar e aos que conseguiram chegar até aqui comigo.
Tita
20 de Janeiro de 2011